Chuva de Janeiro ajudou a encher as barragens
Diário de Notícias, 16 de Fevereiro 2009 RITA CARVALHO
No início do ano, todo o País tinha pouca água, mas a situação já melhorou
Chuva de Janeiro ajudou a encher as barragens
Janeiro foi um dos meses mais chuvosos dos últimos tempos. E a chuva que caiu durante quase todo o mês já serviu para atenuar a situação de seca que se estendia a todo o território no final do ano passado. O nível das barragens subiu em todas as bacias hidrográficas.Segundo o Instituto da Água, no último dia de Janeiro, e comparativamente com o último dia do mês anterior, verificava-se uma subida no volume armazenado de água em todas as bacias hidrográficas monitorizadas. O boletim mensal desta entidade, que acompanha a situação dos recursos hídricos, afirmava ainda que das 56 albufeiras monitorizadas, 17 apresentavam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total. Mas apesar de a precipitação ter melhorado significativamente os armazenamentos de água em todo o território, doze barragens permaneciam ainda com disponibilidades inferiores a 40% do volume total. Os casos mais complicados continuavam a situar-se nas bacias do Arade (Algarve), Sado (Sul litoral) e zona do Oeste, acima de Lisboa.De um mês para o outro, no Arade a quantidade de água subiu de 28% do volume total para 31%, enquanto que na bacia do Sado a subida ainda foi mais significativa: de 28% para 36%. Na bacia do Oeste, os armazenamentos de água aumentaram de 32% para 37% do total de água.Nas barragens da bacia do Sado, a do Roxo e a do Monte da Rocha eram as mais complicadas: na primeira passou-se de 19% de armazenamentos para 24,3%; no Monte da Rocha, a quantidade de água subiu de 29% para 39,8%. O facto de estas serem duas barragens de uso agrícola preocupou durante meses o Instituto da Água, embora as autoridades estivessem confiantes de que a situação estabilizasse até Março, quando será preciso regar.Nem toda a chuva que cai se reflecte na água armazenada nas barragens, e grande parte da que se aproveita leva algum tempo - às vezes até semanas - a infiltrar-se e a escorrer dos rios e solos.